sábado, 19 de abril de 2008

Sonia:

MORDIDA

Eu te mordi.
Uma leve mordida.
Sou tudo que sempre desejaste.
Tudo que sonhaste.
Tivemos numa noite de amor todos os sinos repicando.
Todas as luzes brilhando.
E eu te mordi.
Pra que nunca me esqueças.
Mordi pra que tu leves pro eterno minha pegada felina.
Meu jeito menina.
Fui sapeca, atrevida.
A verdade, a verdade.
É que sou o amor da tua vida.
Sonia Delsin

Sonia:

VEM, VEM MATAR TODOS OS MEUS DESEJOS

Esta noite eu tive um sonho.
Sonhei com tua boca.
Com teus beijos.
Vem, vem matar todos os meus desejos.
Esta noite eu sonhei com tuas mãos.
Elas deslizavam perigosamente.
E eu estava tão contente.
Tão contente.
Eu te chamava e tu me dizias baixinho.
Te amo tanto.
Sussurrava meu nome.
E acordei assim.
O quarto vazio, frio.
Mas por um momento me pareceu que tu estavas ao meu lado.
Ó, meu amado.
Vem matar todos os meus desejos.
Meu corpo te chama.
Vem, me ama.
Sonia Delsin

Sonia:

COM MINHAS MÃOS
Marcial Salaverry

Com suavidade... carinho
Um leve toque da ponta dos dedos...
É esse meu desejo,
fazer-te uma carinhosa massagem,
levando-te numa gostosa viagem...
E me terás...
Entre brincadeiras e carinhos,
percorrerei teus caminhos,
desvãos e saliências...
levando-te assim ao prazer total,
te cobrindo de beijinhos,
por teu corpo passeando devagarzinho...
As marcas deixarei
em teu coração, em tua alma...
em teu corpo, darei o prazer
que excita e acalma

Sonia:

CAVALGANDO

Fecho os olhos...
Estou cavalgando.
Que coisa boa estou lembrando!
Lembrando de uma noite tão linda.
Por mim ela seria infinda.
Estou cavalgando...
Agora estou ao vento...
Sou puramente lembrança e pensamento.
Meus cabelos estão soltos.
Umas mãos o agarram.
Mãos que amo.
Estou quase voando...
Estou voando.
Àquela noite estou voltando.
Sinto teus lábios me tocando.
Sinto teu corpo ao meu tão estreitado.
Ó, meu amado!
Sinto tudo.
Teus arrepios... os meus...
Ouço tua voz... a minha...
Os sussurros... os gemidos...
As palavras em nossos ouvidos.
Quase perco o sentido.
Tenho tudo de volta.
Estou longe daqui.
Longe, longe...
Estou cavalgando... cavalgando.
Um cavalo alado estou montando(Sonia Delsin)

Sonia:

Como tatuagem envolve-me
Marca meu corpo
Me embeleza
Me seduz

Como tatuagem ficas em mim
Se entranha,
nas minhas estranhas entranhas
Desvenda meu segredo
E me faz frágil, nua, à mostra

Como tatuagem enfeita-me
Torna-me bela a cada carinho
A cada carícia trocada
Tragada
Guardada no mais fundo do meu ser

Como tatuagem energiza-me
E me faz caminhar
Me dando vida
me dando alento e calor
Impulsiona meu corpo
A agir e continuar seguindo
Sem olhar pra trás.

Como tatuagem entranha-me
E mostras os teus mistérios
E sangra, e fere,
Me agride, me enfrenta
Me faz indefesa
Mas logo se regenera
E novamente se torna belo
E eriça meu corpo
Me enfeitiça e de novo me marca
Como tatuagem em mim se perpetua (Vera Helena)

Sonia:

Enlouqueço em teus braços
Em seus carinhos me refaço
De um dia cansativo
Em teus braços encontro abrigo
Me acolho e me recolhes

Quando estou em teus braços
Esqueço da vida sofrida
Do duro dia do trabalho
Confesso, não sei viver sem você
Passo o dia te desejando
Ansiosa, torcendo
Pra logo a noite chegar
E você me arrebatar
Com abraços e carinhos
E eu assim esquecida
Como ave abatida
Nossos instintos aflorando
Me entrego ao prazer
Aos nossos instintos carnais
E assim como animais
Não sufocamos gemidos
Libertamos nossos ais
E num momento supremo
De um êxtase extremo
Morremos juntos nós dois (Vera Helena)