segunda-feira, 24 de março de 2008

SONHO * por Marferart

SONHO


Sonhei que te acordava
Nesse horário covarde
E te espreitava e acariciava
Vendo esse corpo que arde

Vestias algo branco e curto
Teus seios enfeitavam seu corpo de violão celo
A buceta rosa me implorava o furto
E eu então mordi dolente teu pelo amarelo

Agachei-me junto a cama quente
Trouxe à mim teu corpo lentamente
Elevei suas pernas delicadamente
E beijei, lambi, mordi a ambas eloqüentemente

Depois parei entre elas e com movimentos sutís
Atritei minha barba, minha cara, minha boca, de baixo para cima
Até te molhar à exaustão no vai-e-vem de seus quadris
Quando enfim cheguei no grelo rosa pra rasgar o clima

Por quanto tempo alí, não sei
Empurravas minha cabeça para dentro de você
Feliz, febril, nem respirei
Por uma eternidade devorando teu prazer

Chupei tua vida, tua energia
E quanto mais o fazia, via que nada te sacia
Você, mulher magnífica, que vicia
Fêmea só minha, minha fêmea vadia

Nas coxas que me enlouquecem
De traz pra frente, de baixo ao topo
Nos teus antros, meus ciprestes
Onde te dói, onde te corrói o corpo

Os dedos que amaciam e dilatam
E também provocam loucos gritos
Pra depois vazar teus pontos que deliram
Quais dos pontos estão mais aflitos?

Te machuquei? Ouvi teu grito juvenil
Desculpe, fui insensato, fui senil
Dilacerei? Juro que quis ser mais sutil
Me culpe...Enlouqueci quando te vi, meu doce abril

Preferes os movimentos lentos?
Alterno com os que martelo abruptos
Teu gozo parece um tormento
Pois te retorces e reviras os olhos tão enxutos

Coisa bela, minha doce ceia
Morde com jeito a pica que te anseia
Aperta e solta, bendita sereia
Pra que eu goze nessa doce teia

Depois de tudo, minha mão por ti passeia
Sem ter mais rumo, por você, alheia
Meus dedos nela, que se despenteia
Querendo gozo, ainda, como o mar à areia.

E eu sonho e sonho...

BEIJO * de Sandra Almeida

Sandra

Beijo

Noites de lua cheia
colada em você.
Acolho tua língua
numa doce loucura.
Nesse beijo
desejos
anseios
devaneios
de eternos amantes!

Sandra de Almeida

ÁLBUM * por Marferart


Esse seu álbum abusado que nos agride o âmago
Dá calos nas mãos dos tristonhos e sonâmbulos
Esse vai não vai, tira não tira, põe não põe, de lascar
Lembra o prazer mais feliz que o homem conseguiu inventar

Aliás é impossível olhar pra vc e não pensar em amar
Aliás é impossível amar sem antes em você pensar
Alías é impossível pensar sem amar seu olhar

E esse dedo que me leva à loucura, torpe à imaginar
O que esse lábio, de prazer, pode dar...
O que esse lamentável fotógrafo poderia nos proporcionar...
Mas se mantém egoísticamente a segredar

Incopetente e paciente. Fosse eu, te revelaria o interior do ventre,
com minha máquina mais potente,
e te faria delirar...
Desculpe, foi mais forte que eu, não pude evitar!