SONHO
Sonhei que te acordava
Nesse horário covarde
E te espreitava e acariciava
Vendo esse corpo que arde
Vestias algo branco e curto
Teus seios enfeitavam seu corpo de violão celo
A buceta rosa me implorava o furto
E eu então mordi dolente teu pelo amarelo
Agachei-me junto a cama quente
Trouxe à mim teu corpo lentamente
Elevei suas pernas delicadamente
E beijei, lambi, mordi a ambas eloqüentemente
Depois parei entre elas e com movimentos sutís
Atritei minha barba, minha cara, minha boca, de baixo para cima
Até te molhar à exaustão no vai-e-vem de seus quadris
Quando enfim cheguei no grelo rosa pra rasgar o clima
Por quanto tempo alí, não sei
Empurravas minha cabeça para dentro de você
Feliz, febril, nem respirei
Por uma eternidade devorando teu prazer
Chupei tua vida, tua energia
E quanto mais o fazia, via que nada te sacia
Você, mulher magnífica, que vicia
Fêmea só minha, minha fêmea vadia
Nas coxas que me enlouquecem
De traz pra frente, de baixo ao topo
Nos teus antros, meus ciprestes
Onde te dói, onde te corrói o corpo
Os dedos que amaciam e dilatam
E também provocam loucos gritos
Pra depois vazar teus pontos que deliram
Quais dos pontos estão mais aflitos?
Te machuquei? Ouvi teu grito juvenil
Desculpe, fui insensato, fui senil
Dilacerei? Juro que quis ser mais sutil
Me culpe...Enlouqueci quando te vi, meu doce abril
Preferes os movimentos lentos?
Alterno com os que martelo abruptos
Teu gozo parece um tormento
Pois te retorces e reviras os olhos tão enxutos
Coisa bela, minha doce ceia
Morde com jeito a pica que te anseia
Aperta e solta, bendita sereia
Pra que eu goze nessa doce teia
Depois de tudo, minha mão por ti passeia
Sem ter mais rumo, por você, alheia
Meus dedos nela, que se despenteia
Querendo gozo, ainda, como o mar à areia.E eu sonho e sonho...